O guerreiro se cansa às vezes. Ele sente dor nos pés e tem o peso de seus anseios, esperanças e temores nos ombros. Na mão ele segura a espada, que também pesa, mas ele continua andando sozinho mesmo quando tudo parece inseguro e confuso. Tem certeza de apenas uma coisa: do Norte. Não do Norte geográfico ou magnético da Terra, mas do seu próprio Norte. Ele cansa e para, olha em volta e vê apenas o horizonte plano a leste e cercado pelas montanhas a oeste. Ele senta, enterra sua espada no chão de pedras e areia e a observa por alguns instantes enquanto o medo, a dúvida, a solidão, a fragilidade, a desolação e a fraqueza tomam conta d e seu coração. O guerreiro permite que esses sentimentos invadam seu coração e seus sentidos por alguns instantes, não mais que isso. Então respira fundo, fecha os olhos e transforma todos esses desenganos em um e apenas um sentimento, que será decisivo no segmento de sua caminhada, sua trajetória: a certeza. O guerreiro pode se cansar, ele tem esse direito, ele pode hesitar, mas isso não lhe dá o direito de desistir ou fracassar. Seria decepcionante não corresponder ao comprometimento que ele fez consigo mesmo antes de pegar sua espada e sair em busca da vitória, e é a certeza que o conduzirá pelo caminho certo e por todos os outros. Com isso, o guerreiro levanta, sacode a poeira da armadura, retira a espada do chão, empunha-a novamente e segue, persegue, consegue, ultrapassa. Como disse Sun Tzu em seu clássico livro “A Arte da Guerra”: “A vitória é o principal objetivo da guerra.” E é nesse momento que o guerreiro se vê sozinho, sem nenhum recurso e só então percebe que o maior, mais fundamental e suficiente de todos os recursos é a si próprio. A derrota acompanha somente aqueles que a temem. (Autor: Caroline Serwatka)
28 de janeiro de 2009