Gestalt é uma palavra alemã para a qual não há tradução equivalente em outra língua. Uma Gestalt consiste em uma forma, uma configuração, o modo particular de organização das partes individuais. Com relação às pessoas, diz respeito à maneira particular de como cada um percebe seu mundo, sentimentos e necessidades, tanto internas como externas. A Gestalt-Terapia consiste em uma abordagem dentro da Psicologia. Dentro desta abordagem, o ser humano é visto como uma totalidade integrada e não como partes isoladas. Sendo assim é importante que não se trate apenas da doença manifestada através de um sintoma (queixa), mas sim do indivíduo como um todo. Faz-se necessário compreender a totalidade da experiência individual, considerando que cada um vai estabelecer sua própria relação com o ambiente onde vive. A abordagem gestáltica não tem como objetivo principal à remoção dos sintomas (queixas). Preocupa-se por outro lado, com a possibilidade de compreendê-los e na busca de uma conscientização cada vez maior por parte do indivíduo de sua forma de interação com o seu meio interno e externo. Conscientização esta, que pode ser realizada através do fortalecimento da awaraness do indivíduo (aquele momento onde a pessoa “se dá conta” de alguma situação ou comportamento de sua vida). A Psicoterapia visa auxiliar a pessoa a re-significar momentos desconfortáveis vivenciados no decorrer de sua vida, melhorando dessa maneira, sua qualidade de vida. Cabe destacar, a importância de respeitar o ritmo de cada pessoa durante esse processo. O principal objetivo da Gestalt-Terapia é o de auxiliar o paciente a restabelecer seu próprio funcionamento. O terapeuta age a princípio como um hetero-suporte (suporte que vem de fora) para que o indivíduo possa resgatar seu auto-suporte (força interior), ajudando-o a modificar sua forma de ajustamento passada que ficou de alguma maneira aprisionada. Sendo assim, o papel do psicoterapeuta é justamente o de facilitar o resgate daquilo que está vivo na pessoa, encorajando-a a vivenciar aquilo que internamente lhe pertence. O terapeuta precisa estar atendo para o modo como a pessoa lida com o seu meio externo e interno, percebendo suas dificuldades, seu sofrimento e fragilidade, sem precipitar qualquer tipo de mobilização que possa “atropelar” a experiência da pessoa. (Sara Feldmann – Psicóloga)
16 de outubro de 2008