28 de agosto de 2008

Por dentro da homeopatia

A homeopatia é um método terapêutico criado pelo médico alemão Samuel Hahnemann, em 1796, que se fundamenta na Lei dos Semelhantes, citada pelo Pai da Medicina Hipócrates no ano 450 a.C. Segundo esta lei, os semelhantes se curam pelos semelhantes, isto é, para tratar um indivíduo que está doente é necessário aplicar um medicamento que apresente (quando experimentado no homem sadio) os mesmos sintomas que o doente apresenta. Os medicamentos homeopáticos são preparados a partir de substâncias extraídas da natureza, provenientes dos reinos mineral, vegetal e animal. As preparações básicas dessas substâncias recebem o nome de tinturas-mãe e a partir delas são iniciados os processos das diluições sucessivas. No início de suas experiências, Hahnemann começou diluindo os medicamentos e verificou que, quanto mais diluía, minimizavam-se as reações indesejáveis. Percebeu também que ao fazer diluições sucessivas das substâncias e agitá-las diversas vezes, obtinha sempre melhores resultados, foi assim que ele chegou às doses mínimas. Desta maneira, a toxicidade das substâncias é atenuada e o potencial curativo é aumentado. Através da dinamização, se consegue despertar na substância a capacidade de agir sobre a força vital do organismo vivo. A consulta homeopática se caracteriza por abordar uma série de sintomas e perguntas mais abrangentes do que a consulta de um médico ortodoxo. Além de fazermos os diagnósticos médicos usuais realizamos uma série de outros diagnósticos homeopáticos, inclusive, o medicamentoso. Cada ser humano tem o seu “timing”, ou seja, algumas vezes chegamos a um diagnóstico rapidamente, entretanto em outras oportunidades, apesar de aplicarmos corretamente todas as técnicas, levamos mais tempo que o esperado. O tempo necessário para a realização da consulta médica homeopática dependerá basicamente da qualidade das informações fornecidas pelo paciente, a experiência do médico e os recursos disponíveis para sua realização. Normalmente a cada regresso do paciente, o médico avalia os sintomas pelos quais foi prescrito o medicamento, fazendo, assim, o que chamamos de uma Nova Avaliação. A homeopatia se preocupa com as causas que levaram o indivíduo ao desequilíbrio, com vistas a fortalecer os mecanismos naturais de cura e não os suprimindo simplesmente. A homeopatia não é a panacéia universal. Como toda técnica terapêutica tem seu campo de atuação e limites. A habilidade e experiência do médico- homeopata influem nos resultados, na medida em que os sintomas a serem tomados para a prescrição dependem de um acurado exame e avaliação adequada. A colaboração do paciente, fornecendo os sintomas de forma clara e fidedigna, o uso ou não de outros produtos concomitantemente, a qualidade do medicamento homeopático e a condição genética (herdada) do paciente também são fatores determinantes do sucesso total ou parcial do tratamento homeopático. Para o homeopata, saúde não é o silêncio dos órgãos. A homeopatia vê o ser humano como uma unidade indissolúvel: ninguém pode adoecer de corpo sem também adoecer de mente (pensamentos e emoções) e vice-versa. Além disso, tem uma abordagem preventiva, na medida em que um organismo equilibrado na sua forca vital fica menos suscetível às agressões e, quando ocorre um desequilíbrio, ele é capaz de retornar mais rapidamente ao estado de harmonia e bem-estar. A homeopatia é também um caminho para o auto-conhecimento!
(Texto: Dra.Christiane Aguiar Fujii – Médica-homeopata)