15 de abril de 2008

Ano do Saneamento

No mapa do mundo, cerca de 2,6 bilhões vivem sem esgoto; condições inadequadas matam 1,5 milhão de pessoas. No Brasil, a situação é ainda muito humilhante e, neste 2008, considerado o Ano Internacional do Saneamento Básico, o diagnóstico é, de fato, deprimente. O tempo urge e precisamos formar uma só corrente para reverter o quadro em que o país se encontra nesta questão. Do contrário, todo o dinheiro público disponível irá para obras menos urgentes, diante da pressão dos poderosos lobbies que, à falta de melhor informação dos eleitores, fazem prevalecer outros interesses. É preciso deixar claro que todo o gasto em tratamento de água e esgoto, seja de pequena ou grande monta, sempre será menor do que os custos da falta de saneamento básico. Quando se faz esse comparativo fica muito evidente que essas obras, embora não estejam à vista do eleitor, têm efeito duradouro, considerando-se que 65% das internações hospitalares decorrem de doenças causadas pela falta de saneamento. Contudo, existem ainda administradores que preferem obras de cunho social duvidoso, como pontes e viadutos, as quais, infelizmente, em determinadas regiões ainda servem de palanque para pedir votos. Os investimentos em educação, tecnologia, saúde, saneamento e transporte tornam os trabalhadores mais felizes, capazes e produtivos. Fazer o contrário significa ter uma população doente e mal nutrida que, a cada dia, esgarça mais o pouco que ainda resta das já combalidas finanças da Previdência Social em gastos sem retorno nos hospitais. Sem saneamento, será em vão nosso intento de chegar ao Primeiro Mundo, até porque ficaremos retidos em quarentena nos aeroportos, isto se conseguirmos visto de entrada! Walmor de Luca Presidente da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento)