‘Sou coordenador do Plano Diretor Participativo desde o final de novembro (23/11), apesar de estar acompanhando o processo desde março passado. Já é tempo de começar dando alguns palpites e pensamentos sobre o Plano em andamento. O Plano Diretor Participativo de Florianópolis é o meio de se expressar a política pública da sociedade florianopolitana para vários assuntos, como exemplo, a política pública com relação à Mata Atlântica, manguezais, rios, lagoas, morros, mata regenerada, isto é, com relação ao ambiente natural.
Essa parte é até fácil porque todos concordam garantir a preservação do nosso principal capital da Ilha ou o capital natural. Poderá haver pequenas discussões, mas o resultado final de quais recursos naturais precisam ser inegociavelmente mantidos deverá ser também discutido e assumido pelos órgãos ambientais, órgãos fiscalizadores, Ministério Público, para serem incorporados ao Plano Diretor.
Outro assunto também fácil de encaminhar as discussões diz respeito ao saneamento básico, isto é, o que fazer com nossos aqüíferos, de onde garantir a água, de implantação de redes de esgoto, coleta, tratamento e destino dos resíduos sólidos. Mas o problema começa com a identificação dos espaços para a urbanização ou áreas de consolidação e expansão urbana. Nós temos dois grandes centros (Continente e Centro da Ilha), mas temos que chegar a um acordo sobre os outros centros nos bairros ou balneários, e como fazer a interface ou ligação entre os espaços naturais e espaços urbanos.
Não podemos continuar encostando as áreas naturais sem estudar melhor a transição entre os próprios espaços urbanos espalhados pelo território e entre cada espaço urbano e os espaços naturais. O desafio que ameaça com o zoneamento ambiental vai para o zoneamento urbano, aumenta com a necessidade de aproximação gradativa entre os espaços naturais e urbanos e cresce com o problema da mobilidade das pessoas, transportes pelo território municipal e com os demais municípios. Então os assuntos vão aumentando, se cruzando, envolvendo muitas pessoas, com visões e entendimentos diferentes, mas isso tudo é positivo e enriquecedor. E por aí vai: educação, patrimônio histórico, turismo, maricultura, orla, saúde, acessibilidade, etc.’ (Texto: Ivo Sostizzo, Coordenador do Plano Diretor Participativo)
26 de dezembro de 2007