Além de necessitarmos de nutrientes, desenvolvemos hábitos alimentares a partir de influências sócio-culturais (crenças, hábitos de vida incluindo o trabalho), disponibilidade de alimentos, fatores biológicos (crescimento, gestação, períodos de debilidade física), entre outros aspectos. Na maioria das vezes, escolhemos nossas refeições do dia a dia sem perceber que estamos nos alimentando apenas porque estamos condicionados. Muitas vezes ingerimos alimentos não por fome ou por prazer, mas por compulsão ou porque “estamos acostumados a comer”. Por outro lado, quando tomamos consciência que desejamos mudar nossos hábitos, enfrentamos dificuldades. Qual alimento escolher? Qual informação procurar como guia? Como mudar efetivamente? As respostas devem ser avaliadas de acordo com o contexto em que cada indivíduo está vivendo. Por este motivo, é importante buscar referências confiáveis. De uma forma geral, aqui vão algumas dicas… Mudanças bruscas são difíceis de serem mantidas, melhor é que façamos mudanças graduais. As “dietas” rigorosas para emagrecer, ou “baixar o colesterol”, geram angústia, são facilmente abandonadas. Uma mudança de hábito só ocorre à medida em nos adaptamos à nova condição e leva algum tempo. No caso da alimentação, a motivação está aliada a ganhos futuros: um corpo mais saudável, mais disposto para o dia a dia. É importante buscar alimentos saborosos. O “bifinho grelhado com legumes sem tempero” é difícil de ser mantido por muito tempo. Procurar legumes, frutas, cereais e carnes variadas, preparados com cuidado, utilizando ervas aromáticas, óleos vegetais em pequena quantidade, é um convite a uma refeição saborosa. Sabe aquelas sobremesas irresistíveis? Tente prepará-las reduzindo as quantidades de açúcar e gordura. Faça doces com frutas, utilize condimentos como cravo, canela, enfeite com flores. Elas continuarão atraentes e mais saudáveis. A mastigação é valiosa para a boa digestão. Ao mastigarmos lentamente, sentimos melhor os sabores, e aos poucos enviamos mensagens ao nosso corpo de que estamos ingerindo alimentos. A refeição se torna mais prazerosa, e diminuímos ingestão desnecessária de grandes volumes de comida. Ficar muitas horas sem comer faz com que o organismo tenha que lançar mão de estratégias do metabolismo que podem não ser benéficas. O ideal é que façamos várias refeições ao dia, intercalando as refeições principais com lanches leves. Para complementar uma alimentação saudável, a atividade física regular e momentos de lazer são muito importantes. Procurar situações que nos dêem prazer são imprescindíveis para mantermos nossa qualidade de vida. (Texto: Silvia Cardoso Bittencourt, clínica geral/Foto: Divulgação/JC)
6 de novembro de 2007