27 de julho de 2007

Vênus

Peter O’Toole carrega o filme nas costas ao interpretar um velho ator que apaixona-se por uma garota muito mais jovem. Você deve estar pensando que já viu isso antes, e é provável que seja verdade, o que não invalida a idéia de ver mais esse. É certo que nas mãos de um diretor mais experiente que Roger Michell (Um lugar chamado Nothing Hill) teríamos um filme mais dinâmico e envolvente. Mas em contrapartida, sem um ator como O’Toole no papel principal, não teríamos o show de interpretação que nos proporciona. O filme nos trás as conseqüências da idade que todos nós sabemos (saúde debilitada, a morte iminente), mas também nos mostra um lado que, para os jovens, não existe na vida dos “velhos”: os desejos que não podem mais ser realizados, o erotismo que deve ser escondido para não dar a impressão errada, a ansiedade que é coisa de adolescente. Todas coisas simples para qualquer ser vivo, mas que parece ser proibido depois de certa altura da idade. É um filme leve que merece ser descoberto e por que não, nos fazer repensar um pouco sobre nossas convicções.