27 de julho de 2007

Onde estão as calçadas?

‘Como morador do Campeche gostaria de destacar um ponto que merece atenção, por refletir uma situação que envolve a segurança de todos: a completa e total ausência de calçadas na maioria das principais ruas do bairro. Qualquer transeunte que circule por ali se depara com uma situação, no mínimo, constrangedora, ao se ver obrigado a caminhar em plena pista, se expondo ao risco iminente de atropelamento.
As calçadas, quando existem (o que é raro), são mal cuidadas, ou estão estragadas, esburacadas, com lixeiras ou lixo no meio do caminho, com postes mal colocados, com galhos e folhagens atrapalhando o pedestre, com barrancos e mato mal cuidados, ou estão sujas de fezes de cães e gatos, com cercas caídas, arame farpado, etc…, apenas para citar alguns dos obstáculos que agridem a integridade de quem resolva caminhar por alí, seja por necessidade ou pelo prazer de desfrutar as belezas naturais da região, que não são poucas.
Esta é uma das regiões ainda preservadas (de certa forma) e que comporta fauna e flora admiráveis, pela sua beleza e diversidade, ainda com resquícios de mata atlântica. Contudo, qualquer turista que se aventure pelo bairro, numa primeira impressão percebe o risco de caminhar pela região. É certo que há muitos problemas graves que merecem atenção premente, como segurança pública, tráfego de acesso, abastecimento de água, serviços de saneamento básico, saúde, educação, estacionamentos e sanitários públicos na praia, dentre outros. Mas quem se disponha à uma caminhada, por lazer ou necessidade, sente na pele o risco à que se expõe.
Apesar da notória responsabilidade da administração pública, e do descaso das autoridades e órgãos competentes, muitas das vezes com um esforço mínimo dos próprios moradores esta situação poderia ser melhorada e muito. Se cada um se dispusesse a dar um trato, por primário que fosse, traria resultados imediatos e o benefício seria coletivo e abrangente, ao trazer mais segurança e bem estar para todas as pessoas que passam pelo bairro, sejam elas moradores ou visitantes. Tal atitude impõe uma iniciativa valiosa e aciona uma cadeia de processos que vão resultar num bem maior para toda a comunidade da região. Como resultado, em bem curto prazo poderá ser notada uma melhoria da qualidade de vida, que certamente irá também repercutir na valorização do local.’
(Texto: Gledson Paduani, professor de física, morador do Campeche)