Como é bom ver um grande diretor voltar a sua melhor forma. Com Os Infiltrados, Martin Scorsese recoloca-se como um dos melhores cineastas da história (e são poucos diretores atuais que merecem esse crédito). Não que seus últimos trabalhos, Gangues de Nova York e O Aviador fossem ruins, longe disso, mas pareciam mais interessados em impressionar à Academia e conquistar um Oscar. Em ambos faltava a marca de Scorsese, eram filmes “sem alma”. Ironicamente, ao deixar de lado a Academia, o diretor fez seu melhor filme em muitos anos. Ironia da ironias, ganhou o cobiçado Oscar. Os Infiltrados conta a história de dois homens, um mafioso e um policial que infiltram-se nos rivais. Ambas as organizações descobrem ter um agente infiltrado que está repassando as informações. A partir desse momento, os dois precisam descobrir quem é o agente antes de serem desmascarados. O filme impressiona por vários motivos: a violência crua e extremamente realista, a tensão crescente a partir do momento do descobrimento, a direção e principalmente as interpretações. Praticamente todo o elenco está ótimo, mas principalmente Leonardo DiCaprio. Desta vez Scorsese conseguiu tirar do talentoso ator uma de suas melhores performances, como o angustiado policial que precisa provar ao chefão da máfia que pode ser um homem de confiança ao mesmo tempo em que precisa descobrir seu adversário e não ser descoberto pelo mesmo. DiCaprio está tão bem que consegue ofuscar o talento de Jack Nicholson. Um grande filme.
12 de março de 2007