23 de janeiro de 2007

Instituição possui mais de 150 mil adeptos no país

Alexandre Winck/Especial JC

A maçonaria é uma instituição muito antiga, com grande influência no mundo e mesmo assim cercada de dúvidas. Estima-se cerca de seis milhões de maçons em todo o mundo, cerca de 150 mil só no Brasil. O Dicionário da Maçonaria, de Joaquim Gervásio de Figueiredo, indica que a maçonaria, como é conhecida hoje, foi fundada em 24 de junho de 1717, em Londres. Segundo a mesma fonte, o termo maçom vem do inglês “mason” e francês “maçon”, que significam “pedreiro” e do alemão “metz”, que quer dizer “cortador de pedra”. Diversos estudiosos associam suas origens aos cultos de Ísis e Osíris, divindades do Antigo Egito, e às comunidades da Ordem dos Templários e da Fraternidade Rosa Cruz, ambas surgidas na Idade Média, durante as Cruzadas.
Em princípio, a maçonaria não é considerada uma religião e sim uma instituição de caráter filosófico, filantrópico, educativo e progressista, cujos ideais fundamentais são igualdade, fraternidade e liberdade. A instituição faz deferência à Bíblia e aos livros sagrados dos diversos povos, mas não é professada nenhuma obrigação ou empenho a qualquer religião estabelecida, tanto que entre seus membros há pessoas de diversas crenças. Conta com um conjunto de documentos chamados Constituições da Maçonaria, publicados pelo reverendo anglicano James Anderson em 1723, amplamente aceitos como base das lojas maçônicas, que é como suas sedes são conhecidas. Mesmo assim, a instituição conta com templos, realização de rituais e símbolos próprios.
A maçonaria esteve presente em diversos momentos históricos importantes. O Marechal Deodoro da Fonseca era grão-mestre ao proclamar a República no Brasil. Os maçons tiveram papel relevante na Inconfidência Mineira. Tiveram também contribuição importante para a Revolução Francesa, que derrubou a monarquia, e 14 presidentes norte-americanos, incluindo George Washington e Franklin Roosevelt, eram membros. Recentemente, a instituição foi envolvida na polêmica causada pelo best-seller “O Código Da Vinci”, do escritor Dan Brown, transformado em filme de sucesso em 2006. Entre as muitas teses defendidas pelo livro, está a de que a Ordem dos Templários teria guardado os segredos envolvendo a “verdadeira” história de Jesus Cristo, incluindo seu casamento com Maria Madalena. Estudiosos apontam várias incorreções e interpretações forçadas na obra de Brown.