O Código Da Vinci me lembra dois casos do cinema dos anos 80. Primeiro recordo-me de O Nome da Rosa, do escritor Umberto Eco, que foi um sucesso estrondoso de vendas enquanto livro e alvo de polêmica enquanto filme. Outro caso que vem a lembrança é A Última Tentação de Cristo, que foi adaptado por Martin Scorcese no início dos anos 80. Código Da Vinci, como o romance de Eco, é um dos maiores sucessos editoriais no mundo todo, e da mesma forma que o filme vem causando discussão sobre ser melhor ou pior que a obra escrita. Primeiramente, temos que ter em mente que cinema e literatura são dois casos diferentes e não deveriam ser comparados. O filme precisa passar a ação rapidamente para não tornar-se cansativo, enquanto o livro tem todo o tempo necessário para desenvolver personalidades, tramas, enfim, o que for preciso. Quanto à comparação com A Última Tentação, o motivo é pior. Antes mesmo de estar pronto, o filme já era vítima de preconceitos religiosos. Ao contrário do filme comentado anteriormente, não devemos falar muito sobre a trama, para não estragarmos a surpresa e a curiosidade de quem ainda não leu a obra. Quanto aos que leram, vale ressaltar que a adaptação não deverá decepcioná-los. A história é uma aventura que prende a atenção do espectador da mesma forma do livro. O diretor Ron Howard (Uma Mente Brilhante) explora bem os belos cenários e locações europeus. E o casal principal, Tom Hanks e Audrey Tautou (Fabuloso Destino de Amelie Poulain) convencem plenamente em seus papéis. Uma obra que deve ser conhecida, nem que seja para estimular a vontade de ler a obra de Dan Brown. (Texto de Dilson Frantz, ex-colunista de Cine & Vídeo do Jornal do Campeche)
18 de outubro de 2006