Água Negra não é um clássico do terror e jamais será. Também não é, nem de longe o melhor filme de Walter Salles (Central do Brasil). Ainda por cima é uma refilmagem de uma fita de terror japonesa. Os críticos caíram de pau em cima do filme, ou seja: tem tudo para ser uma bomba. Mas não é. Ao contrário do que diz a grande maioria dos críticos, Água Negra não é o fiasco anunciado. É certo que o adolescente que procura um filme de terror com muitos sustos deve passar longe dele. Walter direcionou o filme mais na linha do suspense psicológico, baseado mais na sutileza, no clima. Ótimo diretor de atores soube extrair de um elenco sem estrelas, ótimas atuações, principalmente Jennifer Connelly (Oscar por Uma Mente Brilhante), que faz uma mãe perturbada, em meio a um processo de divórcio, com traumas de infância e que tem sua sanidade lentamente deteriorada. Ou seja, nem de longe lembra uma história de terror qualquer. Pode até ser que o diretor não tenha feito um filme muito com a sua cara, mas daí a falar que é um filme ruim, há uma distância muito grande. (Críticas de Dilson Frantz)
10 de fevereiro de 2006