Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Florianópolis deve receber na temporada de verão que inicia neste mês, se intensificando após o Natal, um contingente de aproximadamente 630 mil turistas, entre nacionais e estrangeiros, de acordo com as mais recentes projeções divulgadas pela empresa Santa Catarina Turismo (Santur). Esse montante representa um acréscimo em torno de 10% em relação aos números da temporada passada, quando a capital catarinense atraiu cerca de 574 mil turistas. Conforme dados estatísticos, o Sul da Ilha costuma atrair para seus balneários entre 8% e 10% do total de veranistas que aportam em Florianópolis durante a temporada.
Neste verão, contudo, dirigentes hoteleiros projetam que, pela primeira vez em anos recentes, a região deve superar esses índices, atraindo um contingente maior dos turistas que veraneiam na capital catarinense. Ou seja, o crescimento do turismo na região deve superar o avanço médio registrado na capital. Os motivos para essa expectativa são vários. Começa pelo desembaraço no trânsito, após a conclusão da Via Expressa Sul, que agilizou o acesso às praias locais. Depois, o bom momento que vive a região em termos de divulgação pela mídia, inclusive do exterior, sendo aquinhoada recentemente com preciosos espaços nos jornais El País, da Espanha, e The Guardian, da Inglaterra, que enalteceram especificamente as belezas do Campeche.
Sem falar, obviamente, nas atrações intrínsecas da região que, sabidamente, não são poucas. Hoteleiros são unânimes em apontar o Sul da Ilha como a bola da vez do turismo da capital, devendo se transformar em breve no principal pólo turístico municipal. Essa perspectiva é positiva, evidentemente, do ponto de vista econômico, porém coloca em risco a preservação de seu modelo atual, baseado em praias de natureza quase intocada que, em última análise, é o que tem atraído cada vez mais turistas. Essa valorização do Sul da Ilha merece ser festejada, mas os desafios que ela traz também não podem ser ignorados.