17 de novembro de 2005

Temporada incerta

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

As perspectivas em relação à temporada de verão que se aproxima dividem a opinião de dirigentes da hotelaria da capital catarinense. O sindicato de hotéis, que congrega os principais estabelecimentos de hospedagem de médio e grande porte, entende que no máximo Florianópolis deverá receber o mesmo contingente de turistas da temporada passada. Já a associação de pousadas, que reúne representantes de estabelecimentos de pequeno porte, aposta num aumento nos seus índices de ocupação no Verão 2006.
Embora pareça contraditória, a avaliação discrepante entre duas entidades do mesmo segmento é de fácil compreensão. Enquanto a grande hotelaria local tem como forte sustentáculo o público argentino, que deve vir efetivamente em menor número em função do câmbio desfavorável, o setor de pousadas sobrevive sobretudo às custas do turista nacional, especialmente no Sul da Ilha. Empresários desse segmento acreditam que a estabilidade econômica, que persiste apesar da crise política, deve estimular o turismo interno.
Do ponto de vista da grande hotelaria, o aumento do número de turistas nacionais pode compensar, eventualmente, a fuga dos argentinos, mas não permite vislumbrar um resultado melhor do que o obtido no verão passado. Já para as pousadas, que não estão muito atreladas ao turista argentino, a projeção é de uma temporada melhor justamente por conta do incremento no número de turistas que se constitui em seu público-alvo.
Perspectivas divergentes à parte, é inegável contudo que a provável redução no contingente de “hermanos” é prejudicial ao turismo da capital como um todo, especialmente no que tange ao resultado econômico da temporada. Independente da região que preferem para hospedagem, os argentinos costumam se locomover pelos balneários, fazer compras e procurar restaurantes, movimentando a economia local com seus preciosos dólares que, direta ou indiretamente, trazem benefícios para toda população da Ilha.