O cinema brasileiro não vive só de filmes fortes (Cidade de Deus) ou documentários (Ônibus 174), também vive de diversões leves e descompromissadas, e não estou falando de besteiras como Xuxa e Eliana. O Casamento de Romeu e Julieta é uma divertida amostra de que quando se quer, dá para fazer um filme que tenha como único objetivo entreter as pessoas, mas com qualidade. Como na história de Shakespeare, dois jovens apaixonam-se mas tem que enfrentar um grande problema: suas famílias. Aí entra o toque brasileiro; ao invés de sobrenomes, o que separa as duas famílias são as paixões. A família dele é corintiana, dela, palmeirense. Como resolver esse dilema? A trama é essa, e só. Mas o filme cumpre bem o que promete. Tem alguns erros, como as cenas de futebol, que parecem mal ensaiadas, mas nada que prejudique a diversão. Vai ganhar algum prêmio em festivais espalhados pelo mundo? Muito provavelmente não, mas e daí? A maioria das comédias que vemos em nossas locadoras não tem a metade da qualidade desse, e nem por isso cobra-se nada delas.
6 de setembro de 2005