17 de maio de 2005

Casa de Areia e Névoa

Foi preciso um diretor russo para mostrar um outro lado do sonho americano. Desde o final da 2a Guerra Mundial, os EUA mostram um país que tem suas portas abertas ao mundo, onde a democracia permite que todos, sem exceção, alcancem uma dignidade, uma posição social, enfim, uma vida melhor. O filme trata de duas pessoas que perseguem este sonho. Kathy é uma jovem abandonada pelo marido que luta para livrar-se do vício das drogas e mora em uma casa que herdou do pai. Por um erro da Justiça, é despejada de casa e fica completamente sem rumo. Do outro lado está Behrani, um ex-coronel iraniano expulso de seu país que busca dar nos EUA o mesmo padrão de vida que tinha no Irã para sua família. Mas não é fácil, Behani tem dois trabalhos ruis e sente toda a dificuldade de conseguir vencer na vida em um país estranho. Quando aparece a chance de comprar a casa de Kathy, que ele sequer conhece, por um preço muito abaixo do mercado, ele gasta todas suas economias. O problema é que Kathy foi prejudicada e quer a casa de volta. Behani também foi, e não quer devolvê-la. Esse é o grande conflito dos personagens, que lutam desesperadamente por seus desejos. Casa de Areia e Névoa é um filme forte, tocante, emocionante. A forma como seus personagens procuram seus sonhos, faz com que sintamos pena não de um, mas dos dois personagens, belissimamente interpretados por Ben Kingsley e Jennifer Connely. Um filme que mostra como é difícil alcançarmos um sonho. O que fazer quando os dois tem razão? Imperdível. (Críticas de Dilson Frantz/Especial/JC)