7 de março de 2005

Tapera mobilizada pela recuperação de rodovia

Os moradores do Sul da Ilha, especialmente da Tapera e Ribeirão da Ilha, estão se mobilizando para exigir do governo catarinense uma solução para a rodovia Aparício Ramos Cordeiro, que liga a rodovia SC-405, na Fazenda do Rio Tavares, à Tapera. Embora tenha sido inaugurada há pouco mais de seis anos, a rodovia de apenas três quilômetros de extensão, construída com objetivo de permitir um acesso rápido a essas duas localidades, se encontra atualmente em estado precário, tendo se transformado numa autêntica estrada de terra. Segundo o presidente da União Florianopolitana das Entidades Comunitárias (Ufeco) e ex-dirigente do Conselho Comunitário da Tapera, Modesto Severino Azevedo, morador da Tapera há oito anos, a rodovia está em situação quase caótica. “Em dias de chuva, fica praticamente intransitável”, assinala. O capeamento asfáltico, de baixíssima qualidade, garante ele, começou a se deteriorar ainda antes de seis meses após a inauguração, e atualmente não guarda sequer resquícios do asfalto original entregue no final do governo do ex-governador Paulo Afonso Vieira (PMDB), em 1998. Desde então, conforme o dirigente, apesar dos protestos da comunidade local, a rodovia vem sendo ignorada pelos sucessivos governos. “No governo Esperidião Amin (PP), de 99 a 2002, a solução do problema ficou restrita ao campo das promessas, enquanto no atual não houve agora qualquer sinalização até agora no sentido do seu equacionamento”. Segundo ele, a principal alegação das autoridades tem sido a de que ela se encontra sob júdice, com o Estado tentando obter pela via judicial o ressarcimento das despesas com a obra junto à empreiteira executora, numa ação que vem se arrastando há vários anos. “O governo alega que não pode tomar providências, enquanto não sai uma decisão judicial, mas achamos que a população não pode ser penalizada por uma irresponsabilidade”, pondera. “Tapera e Ribeirão da Ilha possuem juntos uma população de 12 mil habitantes que está sendo prejudicada por essa inação do governo”, acrescenta. A Ufeco, revela o líder comunitário, planeja realizar no próximo mês uma assembléia reunindo representantes das principais entidades comunitárias do Sul da Ilha, com a possível participação de deputados e autoridades públicas, com objetivo de definir uma estratégia de atuação conjunta visando sensibilizar o governo para o problema. “Acho que existe uma pitada de discriminação nessa situação, porque a Tapera é um bairro isolado, formado basicamente por trabalhadores e população de baixa renda; se fosse um bairro de classe média, com certeza esse problema já teria sido resolvido”, argumenta.