28 de setembro de 2004

Kill Bill – Volume 1

Para a maioria dos críticos de cinema, Quentin Tarantino é um gênio, recriador do cinema, maior nome do cinema dos últimos 20 anos, entre outra coisas, por isso, possivelmente vou ser crucificado pelo meu comentário, mas vamos lá. Tarantino é um bom diretor, mas não dá para considera-lo gênio. Certo, ele já fez coisas como Pulp Fiction e Cães de Aluguel, grandes filmes pequenos, mas cometeu atrocidades como Jackie Brown. Para mim, ele é um bem sucedido marqueteiro, que enche seus filmes de referências a vários temas do cinema, muitas vezes com sucesso, outras nem tanto. Kill Bill Volume 1 prova mais uma vez isto, cheio de citações, o filme passeia livremente pelos antigos filmes de samurais, spaghetti western e até animes japoneses. A história de uma simplicidade enorme conta a saga de uma jovem que foi vítima de um atentado no dia de seu casamento, arquitetado por seu noivo, e que, milagrosamente, escapa com vida e busca vingança, ponto. A partir daí, esqueça o bom senso, desligue o cérebro e passe a curtir uma enorme sucessão de lutas de espadas, cabeças decepadas, e sangue, mas muito sangue mesmo, para cada cabeça cortada sai tanto sangue que é impossível levar a sério essa empreitada, e é justamente aí que mora o charme dessa produção, tudo é tão alarmantemente falso que é divertido de ver. É legal? Claro. Vale a pena assistir? Se for seu chão, vale e muito. Então Tarantino é um gênio? Definitivamente, não, mas é um ótimo artesão e apaixonado por cinema. Quando acerta a mão faz obras interessantes que, na verdade, não passam de bem-humoradas homenagens ao cinema.