28 de setembro de 2004

Eleição e as pesquisas

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

A eleição municipal deste ano em Florianópolis será, certamente, uma das mais disputadas dos últimos tempos e, possivelmente, a de mais difícil prognóstico desde que a escolha do prefeito da capital voltou a ser feita pelo voto direto, em 1985. Ao contrário das duas últimas eleições, nas quais houve uma nítida polarização entre dois candidatos, especialmente na de 1996, neste pleito existem efetivamente quatro candidaturas com possibilidades de alcançar o inevitável segundo turno, que vai finalmente definir o nome do futuro prefeito da capital. Quatro vertentes políticas distintas concorrem com chances reais de conquistar a Prefeitura da capital, cada uma com suas peculiaridades.
Apesar disso, é inegável a existência de uma nítida segmentação teórica entre elas: duas têm clara identificação com as doutrinas políticas tradicionalmente mais conservadoras, enquanto as outras duas se situam à esquerda ou, no mínimo, centro-esquerda do espectro político. No mesmo âmbito doutrinário, em tese, concorrerm o ex-secretário de Transportes e Obras do município, Francisco de Assis, representando o PP, da atual prefeita Ângela Amin, e o ex-prefeito de São José por dois mandatos consecutivos, Dário Berger, pelo PSDB. De outro lado, o ex-prefeito Sérgio Grando, pelo PPS, e o ex-vice-prefeito e atual deputado-estadual Afrânio Boppré (PT).
Não obstante algumas estranhas pesquisas eleitorais, a lógica indica que um representante de cada uma dessas correntes tende a alcançar o segundo turno, exceto por alguma circunstância inédita. Cabe ao eleitor, portanto, ficar atento nessa reta final do processo eleitoral, especialmente no que tange às pesquisas, que tendem a surgir de todos os tipos e gostos à vésperas do pleito. Embora algumas delas possam ter efetivamente algum rigor científico, como são todas produzidas com base em amostragens de âmbito restritíssimo, raramente traduzem a verdadeira disposição da maioria do eleitorado. Exemplos de equívocos monumentais produzidos pelos institutos de pesquisas existem aos montes, algums até bem recentes. Por isso, a decisão sobre o voto deve, definitivamente, partir da convicção pessoal de cada eleitor.