Ousadia é a palavra que melhor define esse filme, basicamente um teatro filmado, onde o cenário é praticamente um único palco e as casas não passam de demarcações de giz no chão, ou seja algo extremamente radical. Mas o roteiro impressiona tanto, que se você conseguir mergulhar na idéia do filme, logo você esquecerá isso. Nicole Kidman é o nome da fita, cada vez melhor atriz, ela carrega, literalmente, o filme nas costas. Ela é uma jovem em fuga que esconde-se na minúscula cidade de Dogville. No início os moradores não querem aceitá-la, mas em troca de serviços prestados, mudam de idéia. O problema é que logo os moradores passam a aproveitar-se dela, muitas vezes de forma brutal. Extremamente deprimente, o filme mostra a maldade, o egoísmo e a estupidez da raça humana. O roteiro, a ousadia do projeto, o grande elenco de apoio (entre outros, Lauren Bacall, Bem Gazzarra e James Caan) e, principalmente, Nicole, que merecia ter sido indicada pela Academia, garantem os atrativos. Mas é bom salientar, não é um filme fácil. Provavelmente quem assisti-lo irá ama-lo ou odiá-lo. A escolha está nas suas mãos.