Angelo Poletto Mendes/Redação JC
A retomada das obras da Via Expressa Sul, no trecho de 400 metros que liga a Costeira ao Trevo da Seta, crucial para resolver o drama dos congestionamentos diários que atingem a região e atormentam a vida daqueles que precisam transitar pelo local, está se transformando, definitivamente, numa novela sem fim. Desde o início do atual governo estadual, em janeiro de 2003, todas as datas anunciadas pelos seus representantes, para o reinício das obras, foram sendo sucessivamente descumpridas, frustrando e prolongando o sofrimento da população do Sul da Ilha.
No mês passado, o secretário de Infra-Estrutura, Edson Bez, declarou solenemente que o impasse envolvendo a liberação de uma licença ambiental por parte do Ibama, necessária para permitir o reinício das obras, estaria resolvido e que a rodovia seria retomada possivelmente ainda antes do final do março. Novamente, no entanto, o discurso não se concretizou. O motivo, alega ele, teria sido o surgimento de uma nova e surpreendente exigência do Ibama: a apresentação de um memorial hidrológico de canais da rodovia. A direção do Ibama, por sua vez, nega que a exigência seja nova e garante que o governo já teria sido advertido sobre a ausência desse documento durante vistoria promovida pelos técnicos do Ibama, de Brasília, nos primeiros dias de março.
Não obstante a polêmica, o secretário Edson Bez informou que já está providenciando o equacionamento da exigência, que acredita deve estar resolvido até meados de abril, abrindo caminho mais uma vez para a retomada das obras. Para os moradores e empreendedores do Sul da Ilha, pouco importa, nesse momento, de quem é verdadeiramente a culpa por mais esse descumprimento nos prazos estabelecidos para a retomada das obras da rodovia. Embora fique nítido para a comunidade que pelo menos uma das partes não está agindo com total transparência, o importante agora é que sejam sublimadas eventuais divergências políticas ou administrativas em nome do interesse público maior, que é a conclusão da rodovia. O Sul da Ilha não pode esperar mais.